Nos equipamentos sociais que fazem a acolhida, disponibilizam a sua estada no projeto, onde em media ficam por cerca de seis meses, um ano e quem sabe mais, mesmo aqueles que ficam todo este tempo, que participam de cursos de alfabetização, qualificação profissional, participação de cursos técnicos, adquirem profissão, conseguem obter toda a documentação pessoal, são encaminhados a tratamento medico, e muitos inseridos em grupos de apoio como AA, NA , são inseridos em tratamento junto ao CAPS AD , são alguns internos de clinicas e das comunidades terapêuticas, infelizmente o tempo os leva ao retorno as ruas, ou simples mudança para outro equipamento. Assim vão vivendo , de equipamento em equipamento e se eles fizerem uso de muitos que conhecem, ficam nesta mesma situação por pelo menos 20/30 anos. Houve evolução ? Houve progresso em suas vidas ? NÃO.
Muitos depois de todo aprendizado conquistado, encaminhado para trabalho legal, registrado, nos decepcionam pois é justamente quando conseguem renda, se inicia , a volta principalmente do uso do álcool e das drogas. Com tudo que foi feito, eles não conseguem dominar os vícios . Imaginam que já podem tudo e quanto menos esperamos, votamos a ver os mesmos de volta ao inicio de toda esta jornada. É MUITO TRISTE TUDO ISTO. MAS ESTA É A REALIDADE. Não podemos afirmar que acontece com todos, mas o percentual de que conseguem suas vitorias , são poucos. A sociedade é mais dura do que entendemos ser. Para os normais , que possuem estrutura , o que temos assistido hoje, é que muitos fracassam , muitos entram depressão. Muitos que tinham família , enquanto a vida material era aparentemente linda e maravilhosa, com a decaída, são abandonados. Vive algo, do qual não consigo esquecer. Um rapaz, jovem, branco, de boa aparência, vive pelas ruas. É acolhido, é tratado, e quanto se consegue encontrar a família e se imagina que seria o melhor caminho, eis que nos deparamos com uma atitude difícil de aceitar. A própria mão, somente o aceita em razão de nossa presença, mas ao deixarmos em sua casa, em pouco tempo nos deparamos com ele voltando as ruas, patrocinado pela própria mãe, que em razão de ser portador de esquizofrenia, a mãe não o aceitava e o mandou de volta para a capital. A própria mãe e a família , não teve a paciência devida, não teve o amor, a solidariedade de lutar por ele , E ai, senhores ? Hoje, me deparo com frequência com moradores que estiveram no equipamento em que trabalhei e onde o acompanhamos, encaminhamos para tudo que o projeto conseguia. Tiveram formação escolar, tiveram oportunidade de conquistarem profissão , mas continuam a procura de equipamentos para não dormirem pelas ruas e vivem mesmo com tudo que aprenderam, continuam pedindo ajuda pelas ruas. Apresentam até mesmo a carteirinha da entidade onde estão acolhido, passando-se por funcionários e que gostariam que colaborassem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário